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Tenho pensado muito sobre os hábitos de consumo da Humanidade. Sim, a pandemia nos ajuda a pensar de forma mais abrangente. Alguns dirão que não podemos generalizar, nem todos consomem… Mas não será a carência apenas o outro lado do consumo?. Dirão que há diferenças de um local para outro… Sim, mas tirando alguns povos originários que ainda conseguem praticar uma relação saudável com a natureza, os chamados povos civilizados estão cada dia mais capturados em relações crescentes e sofisticadaas de consumo. Tão sofisticadaas, que aqueles que não estão no topo, consumindo o que há de “melhor” sonham em estar lá…
Meus exercícios de pensar são sempre muito simples, brotam no dia-a-dia. Vou vivendo, trabalhando e pensando.
Aconteceu de pensar sobre o tecido de borboletas. Comprei o tecido há mais de 5 anos, para fazer uma encomenda. Eu me lembro que quando comprei havia de várias cores e desejei ter um pedaço de cada uma delas, sem necessidade alguma. Resisti bravamente. Fiz a minha encomenda e guardei o pedaço que sobrou. Guardei 5 anos! Ontem fiz duas máscaras com ele e sobrou um pedaço pequeno. Hoje olhei para o retalho e pensei: e se eu usasse tudo o que eu compro, absolutamente tudo, até o final e sem desperdício? Como seria? Fiz então uma capivara, sobrou tecido..Fiz uma flor, sobrou tecido Fiz uma bolinha, sobrou novamente…
E a roupa guardada, a comida perdida? Faltará para cobrir outro corpo, encher outro prato?
Só pensando, enquanto faço bolinhas…